12 fevereiro 2010

Os corrompidos


O sistema carcerário brasileiro, e principalmente o capixaba, é falho e desorganizado. As violações dos direitos humanos são inúmeras e os mals tratos são frequentes. Além da violência e da negligência por parte dos órgãos públicos, existe o agravante da falta de infraestrutura. No Espiríto Santo os presos são mantidos dentro de camburões, dentro de contêineres, as celas estão superlotadas, o esgoto corre à céu aberto dentro das celas, falta atendimento médico, não há nenhuma atividade de reabilitação e muito menos de recreação, os detentos são vítimas de agressões, torturas, humilhações, muitos adoecem devido a falta de higiene e a negligência médica, a situação é caótica. Porém isso não incomoda muito os cidadãos capixabas. Muitos tem o pensamento de que "bandido bom é bandido morto", que o preso deve sofrer o máximo possível para "aprender" a não cometer crimes, e essa idéia é reforçada em programas de televisão por apresentadores como Datena, Ratinho, Vágner Montes entre outros.


Mas o que se vê não é exatemente isso. Por exemplo o estado do Espírito Santo onde está o pior sistema carcerário do país, um "exemplo de correção de indivíduos" está em segundo lugar como um dos mais violentos do país perdendo apenas para Alagoas. A cidade de Vitória está em segundo lugar como uma das mais violentas, outros municípios "bem colocados" são Serra e Linhares, todos segundo o calculo de homicídios por habitantes. Portanto já está mais do que provado que essa política não resolve problema algum.

No Brasil policiais e cidadãos julgam os criminosos como desmerecedores de qualquer atenção do estado, como pessoas livres que não souberam viver em sociedade. Mas na verdade os presos nada mais são do que vítimas das injustiças do governo. São frutos da má administração, da negligência, da falta de educação, da falta de oportunidades,etc. O cidadão mais humilde diante de tudo isso vê então no crime uma possibilidade de ascensão social, uma forma de levar uma vida melhor já que não há outra alternativa. Então esse cidadão é preso e vai recebendo todas essas "punições", aumentando seu ódio, não aprendendo nada na prisão além de cometer outros crimes, então ele sai e se torna uma pessoa "pior" do que ele entrou.


As cadeias não deveriam punir esses cidadãos, deveriam ensina-los a sobreviver de outras formas, dar as oportunidades que lhes faltaram durante sua formação, como educação e trabalho. Muitas pessoas julgam os criminosos tendo como base apenas os próprios crimes, mas é importante saber que muitos deles são pobres que não tiveram nenhum tipo de informação durante sua vida e que o crime é de fato a única forma de poder competir pela sobrevivência num mundo como o que é hoje. É errado, de fato é porém é a realidade, como dizia o filósofo Jean-Jacques Rosseau "o homem é bom por natureza a sociedade é que os corrompe".

11 fevereiro 2010

Os coronéis do século XXI

No Espiríto Santo, graças aos incentivos fiscais e as condições físicas oferecidas, existem muitas multinacionais importantes, como a CST (do grupo Arcelor Mital), Aracruz Celulose (VOTORANTIM) e a suco Mais (Coca Cola Co.). Essas empresas representam grande parte do recolhimento de impostos, oferecem muitos empregos e trazem o desenvolvimento para o estado que há algum tempo tem ficado esquecido na região sudeste pela sua pouca importância. Sabendo disso essas empresas usam e abusam do estado a ponto de medir forças com o Ministério Público muitas vezes são vários os casos.


A CST (Compania Siderurgica de Tubarão) polui o horizonte de Vitória e Vila Velha com o pó preto lançado em suas chaminés. Vários abaixo-assinados já foram feitos, vistorias dentro da indústria e pouco se tem feito. Esse pó causa muitos casos de problemas respiratórios nos postos de saúde dessas cidades, tornam manter a casa limpa uma tarefa impossível, além da mancha negra que se pode ver de todas as regiões da Grande Vitória. No verão graças aos ventos noroeste esse pó avança pelo continente tornando a situação mais crítica.



A Aracruz Celulose vai mais além. Seus problemas começam com a ocupação de terras pertencentes a reservas indígenas e não pararam por aí. A plantação de eucalipto absorve grandes quantidades de água e prejudica as porduções dos pequenos agricultores do município. A celulose libera também nas águas dos rios Piraquê-açu e Piraquê-mirim substâncias cancerígenas, contaminando quem consumir da água ou dos peixes desse rio, prejudicando portanto a irrigação das plantações e a atividade pesqueira da região.
A suco Mais em Linhares, recém comprada pela Coca Cola, também é mais uma que usa e abusa dos recursos naturais do estado sem interferencia do estado. O MPA (movimento dos pequenos agricultores) denuncia a empresa por poluir o Córrego das Pedras que abastece as plantações do município. Além de não fazer nada o governo ainda autorizou a construção de outro sistema de escoamento que irá dobrar a quantidade de poluentes despejada no rio. Prejudicando o meio ambiente e os agricultores locais.
Esses são casos do Espiríto Santo, mas com certeza existem vários outros por todo o território brasileiro. Principalmente em estados carentes de recursos, eles não podem se dar o luxo de perder empresas como essas e elas sabendo de sua influência atuam de maneira autoritária elegendo seus representantes, comprando votos dentro das assembléias, e em alguns casos até mesmo usando da violência como a guerra que existe entre índios e seguranças da Aracruz. São os coronéis do século XXI. A mídia como de clichê, não denuncia esse tipo de ação e vira mais um cumplice dos crimes destes "coronéis". Como diz o ditado "manda quem pode, obedece quem tem juízo".

09 fevereiro 2010

[ESPORTE] Reciclagem de jogadores


Nos últimos dois anos o futebol brasileiro tem presenciado um fenômeno de migração de jogadores, não se trata do tradicional movimento de saída de jogadores para a Europa mas sim da volta desses jogadores muitas vezes já consagrados. É o caso de jogadores como Adriano (Flamengo), Fred (Fluminense) e Robinho (Santos) todos com passagem pela seleção brasileira que jogaram na última Copa do Mundo. Esses jogadores se diferenciam de um outro jogador já consagrado que também jogou na Copa de 2006 pela seleção brasileira, trata-se de Ronaldo, porém no caso do fenômeno é mais provável que tenha vindo para o Brasil já para se aposentar no Corinthians o que não passa pela cabeça dos outros citados.


Os fatores para esse acontecimento estão relacionados com a proximidade da Copa do Mundo, esse jogadores estavam em má fase na Europa devido a grande concorrência de jogadores e do maior nível de qualidade exigido lá fora. Existe grande pressão por parte dos dirigentes dos grandes clubes devido aos grandes investimentos que são feitos no futebol, bem maior do que no Brasil. Há também a pressão dos torcedores europeus pelo fato dos brasileiros serem estrangeiros e não tem tanta aprovação como os jogadores do continente. No Brasil esses jogadores encontram mais carinho da torcida, mais privilégios dos dirigentes, além de ficar próximos de suas famílias.


A consequência disso é que aumenta o nível do futebol jogado no Brasil, exigindo uma melhora dos novos jogadores que entram para o mercado, aumentando também a visibilidade do campeonato interno, aumentando patrocínios e o valor de compra desses novos jogadores. Apresentam também a reciclagem desses jogadores não só para a seleção brasileira como também para voltar a Europa. Devido ao sucesso dessa atitude desses craques, a tendência é que outros craques brasileiros esquecidos na Europa possam voltar ao Brasil mesmo após a Copa do Mundo.

Brasil aumenta a frota mais a renovação ainda é lenta


Nos últimos sete anos a frota brasileira de veículos cresceu 27,3%, hoje circulam pelo país cerca de 25 mi de carros. Deve-se isso ao incentivo do governo em renovar a frota com carros menos poluentes. Um dos objetivos é diminuir a emissão de carbono na atmosfera, para isso o governo conta com a diminuição de impostos como o famoso IPI para incentivar a compra de carros. O problema é que essa medida não é suficiente, aumentou o número de carros novos porém não retirou os velhos de circulação.

Além disso um combustível como o Gás Natural, o menos poluente dos aceitos nos carros do mercado, não chega a todo o território devido à falta de estrutura. O governo esbarra então em dois conflitos. O primeiro diz respeito a baratear o uso dos carros, fazendo com que chegue as camadas mais baixas da população. Ou aumentar o custo de carros, principalmente dos movidos à combustíveis poluentes como a gasolina e o diesel, à fim de diminuir a poluição.

E o segundo conflito nasce da primeira discussão: Incentivar esses combustíveis menos poluentes que em geral se encontram fora do país e representam negócios incertos economicamente falando, por se tratar de uma dependencia da Bolívia por exemplo que fornece o gás, já que as pesquisas com o etanol ainda engatinham. Ou continuar usando combustíveis poluentes derivados do petróleo, já que o país consegue se auto-sustentar e representa um bom negócio do ponto de vista econômico.

Mais uma vez entramos na velha discussão que não se encontra respostas definitivas: priorizar o desenvolvimento ou a preservação ao meio ambiente?

Enriquecimento de urânio: perigo Real ou monopólio dos EUA


Mahmoud Ahmadinejad anunciou que vai enriquecer urânio fora do Irã. O anuncio gerou um certo espanto no governo norte-americano. Eles acreditavam que as restrições impostas pela ONU para pesquisas nucleares fariam o presidente esquecer a idéia de investir em energia nuclear. A energia nuclear tem tudo para ser a energia do futuro por ser limpa e eficiente. Limpa porque não lança poluentes na atmosfera (caso das termoelétricas) e nem destrói grandes áreas para sua construção (caso das hidrelétricas); e eficiente pois tem maior produtividade do que as outras fontes de energia conhecidas. Porém existe o risco de acidente radiotivo, freando os avanços da tecnologia. A questão é se existe realmente o perigo de fabricação de armas nucleares, podendo resultar em uma guerra de proporções catastróficas, ou se tudo isso não passa de uma tentativa dos EUA em manter o monopólio no enriquecimento de urânio e produção de energia nuclear?


Poucos países tem o "direito" de realizar pesquisas nucleares. Tudo porque a ONU pressiona os países dispostos a desafiar sua "recomendação", ameaçando a romper as relações comerciais dos seus membros prejudicando a economia dos governos "rebeldes". O Irã é um desses países "rebeldes". O presidente Mahmoud Ahmadinejad tem mostrado boa disposição em investir nesse tipo de energia, o país é relativamente pequeno, possuindo poucos recursos naturais. Grande parte da população ainda vive nas zonas rurais, portanto propostas de energia como fonte de hidrelétricas são inviáveis. Além disso o clima árido da região, com grandes secas não garantiria a solução do problema. Usinas nucleares ocupariam menos espaço e abasteceriam o território sem grandes agravantes.


Por outro lado, o Irã é um país teocrático com tradições radicais onde se destaca sua intolerancia. Como exemplo temos a recente censura imposta pelo governo, privando a imprensa internacional de mostrar as manifestações populares que denunciavam uma possível fraude nas eleições do ultimo ano. Então continua a dúvida do início do post, existe realmente o perigo do Irã produzir armas nucleares ou é apenas uma tentativa dos EUA de manter a liderança nas pesquisas dessa área?