Tenho andado tanto no meu subconsciente que começo a
confundir as coisas.
Nos meus pensamentos gosto de sonhar e imaginar dias mais
felizes, quando passar a me sentir mais completo ou ao lado das pessoas que eu
goste. Imagino amigos fiéis, dispostos a fazer aquele tipo de loucura que agente só faz pra contar na posterioridade. De imaginar a mulher que irei amar
com toda sua perfeição e compatibilidade a mim. De como poderei me depositar
sobre ela, com minhas dúvidas, meus problemas e minhas carências (mas esqueço
de pensar em como darei suporte para que ela também se deposite sobre mim).
São os moldes que a gente constrói dentro da cabeça. As
pessoas ideais, as pessoas
invisíveis, os nossos fantasmas.
Só que aí voltamos pro mundo real, conhecemos quem a gente
pensa ser aquele tipo de amigo ideal ou a pessoa que vamos amar. No começo
parece tudo se encaixar, temos a nossa dose de felicidade, de satisfação,
aquela pequena quantidade suficiente para ser o combustível que nos permitirá
sonhar.
Então aparecem os fantasmas da nossa cabeça pra estragar
tudo. Eles se misturam com a imagem que formamos das pessoas próximas,
limitando a infinidade de coisas que elas podem ser. É quando chegam as nossas
decepções. Esquecemos de exercitar o nosso lado mais experimental, disposto a
sentir coisas novas. Os fantasmas nos prendem a esperar apenas aquilo quedesejamos das pessoas reais.
Pior ainda é perceber que os fantasmas de outras pessoas
começam a se misturar com a gente. Quando a gente começa a querer agradar e
limitar a nós mesmos. Difícil lidar com esses seres (seres? Será que eles “são”,
no sentido de ser/existir?). Difícil não se deixar esconder atrás de um ideal e
exercer nossa identidade. Difícil saber se o que queremos são fantasmas ou
pessoas de verdade.
p.s: só queria desabafar, não queria quebrar muito a cabeça
e fazer um bom texto. Por isso ficou essa coisa ridícula parecendo autoajuda.
Aliás é um autoajuda, pois só ajuda a mim mesmo, seu autor. Enfim.