21 abril 2010

Belo Monte: aos 45 do 2°tempo outra polêmica


Após mais um adiamento do leilão para a construtora da Usina de Belo Monte, volta à tona o assunto desenvolvimento insustentável. O leilão que estava marcado para o dia 21 de dezembro foi adiado para o dia 20 de Abril (ontem), porém, graças a uma liminar do Ministério Público, o leilão foi suspenso. Os principais empecilhos para o projeto são as constantes manifestações contra ele. Mesmo após atender todas as exigências do IBAMA, continua a desconfiança sobre os impactos socio-ambientais que ele poderia causar. Para a idealização do projeto uma grande parte de floresta seria inundada, sem contar o remanejamento de várias pessoas que moram ali há anos.


As manifestações ganharam mais força após a adesão do cineasta canadense James Cameron, diretor do filme Avatar. Depois do boato de que a construção atingiria áreas indigenas, como a do Paquiçambó e Arara da Volta Grande, o cineasta disse em uma manifestação em solo brasileiro que "ele vem do que será o nosso futuro", fazendo uma referência à América do Norte que dizimou praticamente todos os seus índios. Outro que se posiciona contra é o respeitado teólogo Leonardo Boff. Segundo ele, uma obra dessas seria como as obras faraônicas da época da Ditadura Militar. A produtividade da usina seria grande mas de difícil transporte até as áreas consumidoras de energia, além de causar grande impacto ao meio ambiente numa época de crise climática. Seria como a Rodovia Transamazônica foi na época: uma tentativa frustada de desenvolvimento, sem grande utilidade e com grandes prejuízos. Além de tudo isso, outro fator ainda impede o sucesso desse empreendimento, apenas um consórcio se interessou no leilão.


O presidente Lula criticou todas essas ONG's e manifestações dizendo que "ninguém tem mais preocupação em cuidar de nossos índios do que nós". Porém é da ciência de muitas pessoas o fato da Aracruz Celulose se apossar de áreas indígenas sem nenhuma ação do governo. Enfim, diante de tanta coisa para dar errado, eu me pergunto por que insistir num projeto desses? Em um ano de eleições, em uma época próxima da Copa e das campanhas eleitorais, onde nenhum político se interessa nas decisões de governo, para que se desgastar, prejudicar sua imagem num projeto que seria para a próxima gestão? Polêmicas como essa foram comuns durante todo o governo Lula, porém me causa um desconforto na insistência desse projeto aos 45 minutos do segundo tempo. Seria pela segurança de garantir ele para o futuro? Essa é uma pergunta que só com o tempo se poderá responder.

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