24 abril 2010

Queda do sistema 2 [...]


Nessa sexta-feira (23/04), o premier grego Georgos Pampareau finalmente anunciou a ajuda da União Européia na recuperação de seu país. Depois desses quatro meses de desespero e incertezas, a UE resolveu ceder. Há algum tempo a Grécia tem sofrido os efeitos da crise e precisava da ajuda de fora para tentar sair dela.

Desde a quebra dos Lehman Brothers, um banco de investimentos internacional, a econômia grega entrou em colapso. As ações dos títulos públicos gregos caíram muito. Sem ter como vender pois ninguém queria comprar, a situação começou a ficar cada vez pior, aumentou o desemprego, os impostos, etc. Situação essa que também corria o risco (e ainda corre) os países do PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália e Espanha). Então a UE, por decisão da chanceler alemã Angela Merkel, usou de sua influência política negativa não dando assistência a economia grega, como forma de não incentivar a quebra dos outros países do PIIGS, porcos em inglês.

Devida a essa demora, a bola de neve da crise grega só aumentou. Para esse pacote anunciado ontem surtir efeito, o governo terá que cortar gastos (assistencialistas como saúde, educação,etc) e criar novos impostos. Ou seja, novamente a conta cai nas costas da classe trabalhadora. Medida bem parecida foi adotada em outro país da zona do euro, a Letônia. O país também se comprometeu a cortar gastos e baixou os salários dos funcionários públicos em 45%. Hoje o desemprego no país já atingiu a taxa de 20%.

Portanto, agora a UE terá que desembolsar mais dinheiro para tentar salvar a Grécia, o que poderia ter sido solucionado desde dezembro quando a crise começou a ganhar dimensões maiores. Por crueldade do sistema em dar o exemplo, vários jovens já morreram em confrontos com a polícia, empresas quebraram e famílias passam fome. Sem ter outra coisa a fazer, só desejo boa sorte ao povo grego, o berço da civilização ocidental, que enfrentará um período de dificuldades daqui pra frente. E reforçando a idéia do primeiro post, agora é o momento de aumentar a influência da política esquerda no país.

Em continuação da matéria http://fobenet.blogspot.com/2010/03/queda-do-sistema.html .

[HUMOR] Evo e seus frangos gays


Não tem como não comentar. Nessa semana, uma declaração de Evo Morales deu o que falar no cenário internacional. Após dizer, em uma cúpula sobre meio ambiente, que os frangos modificados com hormônios femininos afetam a masculinidade dos homens e que alimentos trangênicos levam a calvície, o presidente boliviano provocou risos no evento. Essa pérola coloca Evo no Hall da Fama de políticos falastrões. Depois disso tudo, vocês querem continuar a me dizer que MASTIGAR COCA NÃO DÁ ONDA ? O bagulho é de alta periculosidade. kkkkkkkkk.

Mas até faz um pouco de sentido a afirmação do nosso Zacarías boliviano. Os homossexuais sempre curtiram cair de boca num pinto, são chegados a soltar a franga...e o Piu-Piu? Até hoje ninguém sabe se é macho ou fêmea. Dão má influência sim. Mas essa história da calvicíe? Dá onde que ele tirou isso? kkkkk
Só que eu gosto do cara. Fiquei até com pena dele. Os conservadores e a imprensa agora vão criticar e desgastar a imagem dele. Gafes todo mundo comete, ainda mais político. O que aconteceu foi que baixou o George Bush no homem, dando uma crise de asneirisse nele.

É normal isso, a gente sempre se empolga quando recebe atenção e de vez enquanto sai umas merdas dessas. E para políticos, essa teoria funciona com ainda mais vigor. Um exemplo disso é o horário político. Você dá SÓ 15 segundos para o candidato, que ele consegue brilhantemente enche-lo de asneiras. Não tem excessão. Quanto mais passa o tempo, mais candidatos toscos aparecem. Nesses momentos a criatividade impera, tem uns que apelam pra uma roupa mais chamativa, outros pros apelidos, para as frases de efeito... o importante é aparecer. Não sei que estratégia é essa para eles acharem que eu vou votar nele porque é engraçadinho. O fato é que aumenta a cada eleição. Mas eu não reclamo, acaba fazendo parte da cultura brasileira, porque no fundo todo mundo quer atenção, mesmo sem saber como usa-lá.

21 abril 2010

Belo Monte: aos 45 do 2°tempo outra polêmica


Após mais um adiamento do leilão para a construtora da Usina de Belo Monte, volta à tona o assunto desenvolvimento insustentável. O leilão que estava marcado para o dia 21 de dezembro foi adiado para o dia 20 de Abril (ontem), porém, graças a uma liminar do Ministério Público, o leilão foi suspenso. Os principais empecilhos para o projeto são as constantes manifestações contra ele. Mesmo após atender todas as exigências do IBAMA, continua a desconfiança sobre os impactos socio-ambientais que ele poderia causar. Para a idealização do projeto uma grande parte de floresta seria inundada, sem contar o remanejamento de várias pessoas que moram ali há anos.


As manifestações ganharam mais força após a adesão do cineasta canadense James Cameron, diretor do filme Avatar. Depois do boato de que a construção atingiria áreas indigenas, como a do Paquiçambó e Arara da Volta Grande, o cineasta disse em uma manifestação em solo brasileiro que "ele vem do que será o nosso futuro", fazendo uma referência à América do Norte que dizimou praticamente todos os seus índios. Outro que se posiciona contra é o respeitado teólogo Leonardo Boff. Segundo ele, uma obra dessas seria como as obras faraônicas da época da Ditadura Militar. A produtividade da usina seria grande mas de difícil transporte até as áreas consumidoras de energia, além de causar grande impacto ao meio ambiente numa época de crise climática. Seria como a Rodovia Transamazônica foi na época: uma tentativa frustada de desenvolvimento, sem grande utilidade e com grandes prejuízos. Além de tudo isso, outro fator ainda impede o sucesso desse empreendimento, apenas um consórcio se interessou no leilão.


O presidente Lula criticou todas essas ONG's e manifestações dizendo que "ninguém tem mais preocupação em cuidar de nossos índios do que nós". Porém é da ciência de muitas pessoas o fato da Aracruz Celulose se apossar de áreas indígenas sem nenhuma ação do governo. Enfim, diante de tanta coisa para dar errado, eu me pergunto por que insistir num projeto desses? Em um ano de eleições, em uma época próxima da Copa e das campanhas eleitorais, onde nenhum político se interessa nas decisões de governo, para que se desgastar, prejudicar sua imagem num projeto que seria para a próxima gestão? Polêmicas como essa foram comuns durante todo o governo Lula, porém me causa um desconforto na insistência desse projeto aos 45 minutos do segundo tempo. Seria pela segurança de garantir ele para o futuro? Essa é uma pergunta que só com o tempo se poderá responder.

04 abril 2010

Publicidade positivista


Na próxima semana começa na TV Globo o seriado "Força Tarefa", nesse seriado o personagem vivido por Murilo Benício é um detetive da polícia responsável por se infiltrar e prender criminosos dos mais variados tipos. Na série os policiais são mostrados como os heróis que a cada dia salvam alguém e contribuem para uma sociedade mais justa. No mesmo estilo do programa, está para ser lançado o filme "Tropa de Elite 2". No primeiro filme os personagens Capitão Nascimento, Neto e Matias conquistaram o público como policiais corajosos que protegiam a "população" dos traficantes e invadia as favelas. Essa estratégia, se é que se pode considerar uma, é muito comum nos EUA. Vários personagens como policiais, bombeiros e voluntários são mostrados como hérois e justiceiros nos quadrinhos, filmes, livros e séries. Ao martirizarem personagens e enaltecer a segurança pública. Nos EUA essa receita foi bem útil na época conhecida como Caça às bruxas, perseguindo comunistas. Personagens como Capitão América, Flash, Dick Tracy, Agente X-9 e Rip Kirby surgem nesse contexto e fazem sucesso até hoje sempre enaltecendo a pátria e os guardiões da ordem.


Existem várias teorias dos motivos do uso dessa publicidade subliminar. Alguns dizem se tratar de uma tentativa de transmitir ao povo uma sensação de segurança em tempos difíceis, outros acreditam que é para levar jovens aficcionados a seguir carreira militar, já os mais radicais acham que estão tentando esconder uma realidade de violência policial nas ruas. Com certeza existe um pouquinho de verdade em cada uma dessas teorias. Esses supostos objetivos fazem parte do ideal positivista sonhado por militares, uma idealização de hierarquias e ordem.


Ideal esse que sempre andou lado-a-lado por toda nossa história, como está escrito na bandeira do Brasil : Ordem e progresso. Sempre no nosso país a população foi controlada por rédias curtas, usando desde censuras à violência propriamente dita. Não só no período ditatorial como na república velha durante a caça à coluna Prestes, no estado novo com a proibição do PCB e mais recentemente durante a represália aos protestos em Brasília para o impeachment do governador Arruda. Protestos e manifestações sempre foram destruídas ainda em sua origem, evitando de forma maquiavélica que a população entrasse em choque contra o governo. Sempre trataram o povo mais necessitado como uma "doença" só que em vez de tentar previnir dando mais assistência, eduacação, saúde ou até mesmo subsídios fiscais, o governo remedia usando da força para tentar que essa situação de miséria se "espalhe". "A polícia invade um morro não para acabar com o tráfico mais para impedir que a situação caótica dos morros chegue as áreas 'civilizadas'". Se eles quisessem acabar com o tráfico, gastariam mais esforços ($) para acabar com o contrabando, davam oportunidades as moradores, tentando fazer com que eles optem por um trabalho legal do que o crime.