08 janeiro 2010

Exploração nas estradas


Os pedágios aumentaram o custo das viagens para as pessoas que viajam pelo eixo Rio-São Paulo. De Campos, no extremo norte do Rio de Janeiro até a capital de São Paulo são exatamente dez postos de cobrança, os preços variam de R$7,00 a R$24,00 para automóveis. O pedágio é um exemplo da política neoliberal adotada há algum tempo no Brasil. Como o governo não consegue oferecer boas condições de tráfego nas rodovias,mesmo com a cobrança de altos impostos na compra e documentação de carros, ele passa a administração para uma empresa privada através de consórcios. O problema é que diferentemente do governo as empresas privadas não buscam o benefício da população mas sim o lucro, privando muitas vezes pessoas de baixa renda de trafegar nas principais rodovias brasileiras.

As melhorias se resumem a pintura de faixas, cobertura de buracos e limpeza de acostamento, além do serviço de S.O.S. para eventuais acidentes. Isso tende a diminuir o número de acidentes, modernizando as estradas e viabilizando a adequação delas ao aumento do fluxo de veículos. Porém essas transformações ainda parecem distantes de acontecer e fere a liberdade dos indivíduos diante do preço cobrado e das possibilidades de motoristas mais pobres.

Uma classe de trabalhadores que é lesada por essa política é a dos caminhoneiros. Com a instituição de pedágios no trecho que vem da divisa do Espiríto Santo com o Rio de Janeiro e vai até a ponte Rio-Niterói, o custo da viagem aumentou cerca de R$100,00 para ir e voltar. Só que o preço de mercado do frete não acompanhou esse aumento de custo, pelo contrário, o preço de frete vem diminuindo em decorrência das leis de mercado que reduzem o preço com a abundância de mão de obra. Para recuperar esse dinheiro muitos motoristas são forçados a trabalhar mais, cerca de 15 horas em um dia, e carregar pesos além do limite de seus veículos, causando maior número de acidentes e degradação das estradas. Esse fator acaba então se contrapondo ao propósito inicial de melhorar as condições de tráfego, além é claro de aumentar a exploração e a precariedade das condições de trabalho dos caminhoneiros. Eles são obrigados a tomar substâncias para se manterem acordados, diminuindo seus reflexos e podendo ocasionar acidentes por imprudência. O excesso de peso causa lentidão do transito, prejudica o asfalto, destrói o veículo desses trabalhadores que impossibilitados de consertá-los aumenta ainda mais o risco. Essa situação nos retorcede ao início da revolução industrial com tanta exploração do povo.

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