19 janeiro 2010

O "temível" MST


Depois dos assasinatos de Chico Mendes e da Irmã Dorath, defensores dos pequenos agricultores voltam (leia continuam) a sofer ameaças. Trata-se da irmã Geraldinha que está no acampamento do MST em Salto da Divisa. Mesmo com a insistencia de partes da mídia em criminalizar manifestações sociais como essa, os movimentos são legais juridicamente, portanto os sem-terra estão defendendo seus direitos. No momento em que ele "invade" as terras, cansado de esperar pela reforma lenta do governo é que se tornam ilegais e assim são caçados pela polícia local que atua como um verdadeiro jagunço dos latifundiários. O movimento sofre preconceito até mesmo nas classes mais baixas. São classificados muitas vezes como vagabundos que tem preguiça de trabalhar quando na verdade é o que eles mais querem.

A Reforma Agrária é bem justificada. Primeiro porque a maioria das terras brasileiras não foram compradas junto à união, são resultados de famílias de imigrantes portuguesas que as anexaram durante o período colonial. Outras são de outros imigrantes europeus que as ocuparam fugindo da exploração dos latifundiários da época, tal como o MST tenta fazer hoje. Há também aquelas que atualmente são "roubadas" através da grilagem, uma prática em que documentos falsos são feitos e colocados em gavetas com grilos dando ao papel uma aparência antiga. O mais justo (pelo menos do meu ponto de vista) seria uma divisão total das terras de forma igual, dentro do ideal comunista, já que não há maneiras de se provar a legitimidade das escrituras. Reconhecendo a radicalização desse ideal e a provável não aceitação pública, o atual governo tenta fazer a reforma oferecendo a esses grupos terrar abandonadas e improdutivas, como áreas na Amazônia que já foram devastadas. Os solos ficam inférteis e são liberados para grupos sem-terra, como não conseguem sobreviver com essas terras, tornam-se mão-de-obra para madeireiras. E a partir de uma visão mal informada pode parecer que o MST está derrubando a floresta como foi destacado pela revista Veja no ínicio desse mês.

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